Quero matar meu chefe, Seth Gordon, 2011

O mais marcante de assistir ao filme agora é pensar em como ele está preso em 2011. Isso porque é muito um filme sobre aquela crise econômica e sobre a importância de ter um emprego, além de ter como personagem muito importante Kevin Spacey como um cara super abusivo. O que é bem desconfortável de se ver hoje, mas nem por isso afeta o resultado cômico que o roteiro se propõe. E falo roteiro porque não há muito mais do que isso mesmo.

Seth Gordon, que nunca propõe nada de muito interessante formalmente, faz aqui o que deve ter feito desde sempre, que é ilustrar as situações dessa premissa. Então, tudo é tão engraçado quanto a ideia da esquete, no fim das contas. Se proteger do assédio sexual da gostosa, criar uma nuvem de cocaína, ressuscitar sem querer a pessoa que eles queriam matar etc. Não dá para dizer que não funciona, mas também não dá para dizer muito mais do que isso.

Exceto talvez pela escolha dos intérpretes dos chefes horríveis do título. O que acaba sendo meio engraçado por si só.

Quero matar meu chefe 2, Sean Anders, 2014

Embora repita bem a lógica do primeiro, com os mesmos roteiristas pensando em mais um punhado de situações absurdas e consiga substituir até muito bem seus vilões com a inserção de novos personagens, além de ensaiar ser mais interessante visualmente em algumas cenas com a direção de Sean Anders, “Quero Matar Meu Chefe 2” perde, por outro lado, tudo o que o primeiro tinha: o momento. Porque, se lá a gente se conectava de cara com os três empregados que buscam a fuga de relações trabalhistas abusivas, aqui eles “evoluem” para se tornarem empreendedores.

Escolha que até subverte bem a ideia do título original – agora eles são os “horrible bosses” -, mas que não vai muito longe na hora de mostrar as contradições desse mundo dos negócios. Embora tenha ideias boas, como a demonstração de que a balança é injusta e pesa sempre a favor dos gigantes que esmagam as empresas menores.

Do que tem de novo, Christoph Waltz e Jonathan Banks até funcionam bem dentro das suas caricaturas, mas é Chris Pine quem rouba a cena mesmo como o rico mimado que se torna o centro da trama aqui. Nada que salve o filme do aspecto mercantil de continuação deformada e caça-níqueis.

horrible bosses 2, eua, 2014
direção: sean anders
roteiro: john francis daley sean anders john morris jonathan m. goldstein
fotografia: julio macat
montagem: erick kissack
elenco: jason bateman jason sudeikis charlie day jennifer aniston kevin spacey jamie foxx chris pine christoph waltz jonathan banks lindsay sloane keegan-michael key kelly stables jerry lambert sam richardson brianne howey lidia porto jaye razor lennon parham rob huebel andy buckley keeley hazell sabrina sky brendan hunt leslie a. hughes bill blair nicole domecus cassandra starr shelby chesnes tatum miranda sasha casares will forte

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